Depois de longas 25 horas dentro de um ônibus que saiu de Luang Prabang para Hanói, capital do Vietnã, lá estávamos nós misturadas a uma população de mais de 7 milhões de habitantes. Hanói é uma cidade dinâmica e logo nos familiarizamos com o que parecia ser a imagem perfeita do caos.
O trânsito faz jus à fama que tem: É mesmo uma loucura! São centenas de motos e mais motos com muitas vezes 3 ou 4 passageiros em cima, disputando espaço nas ruas com carros, bicicletas e pedestres. Sim, pedestres porque as calçadas de Hanói normalmente estão ocupadas servindo ou de estacionamento para as motos ou de espaço para bares e barbearias de rua.
Os sons de buzina se escutam do alto do mais alto dos edifícios e às vezes, até quando estamos sonhando. Para atravessar a rua só tem um jeito: se enfiando no meio da multidão e rezando para chegar vivo do outro lado.
Se por um lado o trânsito de Hanói inicialmente assusta, por outro os vietnamitas simpáticos e os autênticos bares e cafés de rua com mesas e cadeiras baixinhas, que são a cara do Vietnã, fazem a gente se sentir em casa rápido. Desde que chegamos também fomos muito bem tratadas por todos por aqui. Do vendedor do Sim Card para o celular até um anão que nos abordou na rua dizendo que sonha em um dia conhecer o Brasil. Sem contar as crianças que vieram conversar comigo na praça para praticar o inglês e que me deram uma aula sobre a história do Vietnã e sobre trocas de aprendizado.
A nossa programação na região de Hanói incluiu uma ida ao Museu da Mulher, ao tradicional espetáculo do teatro de bonecos (Water Puppet), voltinha pelo centro político e histórico num dos típicos triciclos do Vietnã e passeio de barco de dois dias em Halong Bay: uma das sete novas maravilhas naturais do mundo considerada patrimônio da humanidade segundo a Unesco.
As atrações turísticas foram muito interessantes, no entanto, no dia a dia sem roteiros ou planos que vimos a multidão de pessoas de todas as idades se exercitando a partir das 5h30 da manhã no parque, caminhando, dançando ou praticando tai chi chuan. Que provamos o tradicional café com gemada (egg coffee: uma delícia) numa cafeteria frequentada apenas por locais ou que tomamos chopp barato num dos típicos barzinhos da cidade antiga ao lado de vietnamitas. Foi num almoço qualquer que também aprendemos um pouco mais sobre o paradoxal comunismo do Vietnã em uma conversa informal com um senhor que conhecemos.
Nossos dias em Hanói foram ainda melhores porque dividimos vários momentos com a Layla e a Paula, brasileiras viajantes que estão realizando o projeto Nós Duas e o Mundo, e que tivemos a alegria de conhecer depois de algumas curtidas mútuas no Instagram. Elas fazem parte do grupo de pessoas que cruzaram nosso caminho e que sabemos que, apesar de termos seguido viagem em direções opostas, um dia desses ainda vamos nos reencontrar.
Não quero me esquecer desses dias em Hanói. Do cheiro de tofu frito com shoyo que comíamos nos fins de tarde nos bares de calçada. Da força das mulheres que, usando os tradicionais chapéus de palha do Vietnã, equilibram desde cedo pesados cestos com frutas para ganhar a vida todos os dias. Nem do entendimento de que a harmonia pode existir mesmo no meio da bagunça, da desordem.
Obrigada Hanói pela receptividade e pela quebra de paradigmas. Acho que o Vietnã foi amor à primeira vista.
Que ótimo saber mais sobre Hanói, que post genial. Cheguei no seu blog através da Central do Textão e quero acompanhá-lo pois gostei bastante. Um beijo.
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Que legal Roberta, obrigada e seja bem-vinda! Beijos!
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